Sábado à noite. Finalmente, chega a hora de relembrar as eternas canções do Clube da Esquina. Me refiro ao show de Lô Borges, apresentado no Sesc de Barra Mansa, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Num espetáculo quase que particular, Lô acompanhado do guitarrista Júlio Fernandes, me faz voltar aos tempos de adolescente, idade em que sentia capaz de realizar todos os sonhos e tinha a ousadia, de querer mudar o mundo.
No palco, o compositor de 35 anos de carreira, encanta o público e me faz viajar ao passado, buscando respostas para tantos questionamentos. ‘Se os sonhos não envelhecem’, por que deixei pelo caminho meus ideais e desisti, às vezes muito cedo, dos meus objetivos? Como num passe de mágica, a resposta vem de imediato. Parece até que o Lô leu meus pensamentos ... Acorda, ainda há tempo de saber que sou seu rei.
Ah! Lô Borges quantos reis e rainhas terei que redescobrir em mim mesma em pleno século XXI para fazer a vida mais brilhante, mais viva e com certeza, com um pouquinho mais de amor. Nesta redescoberta, pode ser que tome posse do que deixei pelo caminho de uma maneira quase descompromissada, natural.
Quem sabe não descubra que apesar dos avanços tecnológicos e eletrônicos, do funk em massa na cabeça dos nossos jovens, da mulher moranguinho e afins, a verdadeira musicalidade venha à tona, e a gente possa se entregar de novo a tantas esquinas, músicas e inspirações, que deu origem a grande parte das composições do Lô.
Ou talvez, simplesmente, me abandone, como na parceria do Lô, com o Samuel Rosa, do Skank, e o Nando Reis, ex-Titãs, no refrão da melodia ‘que os braços sentem, os olhos vêm e que os lábios sejam dois rios inteiros, sem direção’.